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sábado, 20 de novembro de 2010

RAIMUNDO SARAIVA. UMA PERDA IRREPARÁVEL PARA O ACRE


Poucos no Acre ouviram falar desse acreano nascido no alto rio Tarauacá. Mas sua morte, ocorrida na noite de ontem (17/11/2010), é um dos mais duros golpes sofridos pela ciência acreana.

Embora possuisse educação formal muito precária, Raimundo Saraiva era um, entre três "mateiros" acreanos com conhecimento botânico de alto nível.

Não, Raimundo Saraiva não era um mateiro responsável pela abertura de trilhas na floresta, daqueles que guiam as pessoas mata adentro. Muito menos um 'mateiro', como muitos que temos no Acre, que vivem a nomear plantas na floresta utilizando como marca registrada o que chamamos popularmente de 'chute'.

Raimundo Saraiva, que trabalhava como técnico de campo da Funtac, era o que se convencionou a chamar nestes últimos anos, um 'parataxonomista'. Capaz de não apenas identificar as plantas por seus nomes vulgares, mas também, na maioria dos casos, indicar a família botânica, gênero, e algumas vezes, o nome científico.

O conhecimento dos nomes vulgares das plantas ele forjou durante o tempo que viveu nos seringais do rio Tarauacá. Vindo para Rio Branco com idade relativamente avançada - mais de 30 anos -, foi incorporado a equipe de coletas botâncias do Herbário do Parque Zoobotânico e, durante numerosas excursões de campo com especialistas botânicos de renome mundial (do Brasil, Europa e EUA), Raimundo incorporou com facilidade o conhecimento técnico sobre nomenclatura botânica.

Parataxonomistas como Raimundo Saraiva não são formados em bancos de escolas. São pessoas espéciais, com um dom fora do comum para identificar as plantas apenas pelo 'jeito' delas. Uma rápida olhada para o tronco, casca e copa, mesmo à distância, era suficiente para confirmar a identificação botânica. Pessoas como Raimundo Saraiva não precisam de livros e tratados de botânica. Alguns nem mesmo precisam saber ler. Sua memória fotográfica resolve tudo.

A formação de um parataxonomista como Raimundo Saraiva não é questão de meses ou anos. Mas de uma vida. Depende também das oportunidades de aprender com os grandes especialistas botânicos - que geralmente estudam apenas um grupo restrito de plantas. Pode-se dizer que o conhecimento de pessoas como Raimundo Saraiva é uma colagem do conhecimento de diversos especialistas botânicos. Por isso ele era tão bom no conhecimento da grande diversidade da flora de plantas acreanas.

Sem modéstia, afirmo que um percentual muito elevado, talvez mais de 50%, dos inventários florestais usados para a elaboração de planos de manejo desenvolvidos no Acre apresentam graves erros de identificação botânica das espécies exploradas - muitos propositais. Tudo porque os 'empresários' responsáveis por estes planos de manejo preferem pagar R$ 30-40/dia por um mateiro chutador, incapaz de identificar espécies madeireiras mais raras ou morofologicamente variáveis (angelins, faveiras, tauaris, etc). Não precisa dizer que a maioria desses mateiros chutadores não tem a menor idéia do que vem a ser família ou gênero botânico. O 'chute' dos nomes científicos fica a cargo do engenheiro florestal que assina o plano de manejo. Que por sinal fazem isso em escritório, consultando listas de nomes na internet e em um ou outro livro.

Isso acontece porque pessoas como Raimundo Saraiva são pagas na base de R$ 150-200/dia, livres de despesas para fazer trabalhos de identificação botânica. É óbvio que os 'predadores' do estoque madeireiro do Acre jamais se disporão a pagar tal monta - ainda mais para alguém quase incapaz de escrever - para garantir que seus inventários florestais tenham a qualidade científica desejável. Isso acontece porque os técnicos que fiscalizam esses planos de manejo são incapazes de identificar a maioria esmagadora das plantas marcadas para serem exploradas.

Agora no Acre restam apenas duas pessoas do quilate de Raimundo Saraiva. Nenhum dos dois tem chance de ser admito em qualquer órgão público de pesquisa que lhes pague um salário decente e seguro. Eles mal sabem ler e escrever.

O futuro da botânica acreana - e por tabela de todas as ciências que dependem dela - está em risco. Logo, logo, teremos que 'importar' parataxonomistas do INPA em Manaus para auxiliar os inventários florestais e florísticos sérios realizados no Acre.

Descanse em paz Raimundo Saraiva.
Publicado por Evandro Ferreira do blog Ambiente Acreano

FONTE:


Blog do Accioly
http://acciolytk.blogspot.com/2010/11/raimundo-saraiva-uma-perda-irreparavel.html

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Anvisa cria selo óptico para medicamentos

Cada farmácia terá um equipamento de leitura instalado em área de fácil acesso


BRASÍLIA - A partir de janeiro de 2012, quem comprar um medicamento poderá confirmar na própria farmácia se o produto é verdadeiro. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou hoje (6) um selo de segurança que será reconhecido por leitoras óticas instaladas em todas as drogarias do país.

A autenticidade do produto será indicada quando o consumidor aproximar a etiqueta da leitora ótica. Uma luz verde, acompanhada de um sinal sonoro, indica que o medicamento é verdadeiro. O selo, autoadesivo e impermeável, será único – sem diferenciação por estado ou por fabricante.

De acordo com a Anvisa, o objetivo é reduzir os riscos provocados por medicamentos falsificados, roubados, sem registro ou contrabandeados. Apenas este ano, 53.575 remédios falsificados e contrabandeados foram apreendidos, além de 62,9 toneladas de produtos sem registro.
“Nas décadas de 80 e 90, esse tipo de comércio se fazia em áreas não autorizadas pelo Estado brasileiro. Se combatia essa falsificação em feiras livres, metrôs, trens suburbanos. Infelizmente, começamos a identificar esse crime nos estabelecimentos que deveriam exatamente fazer o contrário: combatê-lo”, disse o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo.


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